Riscos nomeados e operacionais dobram de tamanho em dois anos

Riscos nomeados e operacionais dobram de tamanho em dois anos

Resultado foi impulsionado por mudanças trazidas pela Circular 407/21 e pela insegurança gerada no período da pandemia de Covid-19.

Por: Jorge Clapp

Os riscos nomeados e operacionais, modalidades voltadas para atividades industriais, comerciais e de serviços a partir de R$ 15 milhões de limite máximo de garantia (LMG), estão entre as carteiras que mais crescem no pós-pandemia. Segundo dados da Susep, os prêmios registrados no ramo mais que dobraram entre 2020 e 2022, chegando a registrar R$ 6,5 bilhões no ano passado.

 

Segundo o professor da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Eduardo Arias, até a edição da Circular 407/21 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), eram enquadrados como seguros de Riscos Nomeados (RN) e Riscos Operacionais (RO), aqueles com limites superiores a R$ 100 milhões. Após a edição dessa norma, o enquadramento caiu para riscos com Limite Máximo de Garantia (LMG) superiores a R$ 15 milhões, o que vem contribuindo para o crescimento da receita.

 

“O cenário de insegurança experimentado pela população durante o período de pandemia trouxe uma visão diferenciada sobre o seguro empresarial e vem despertando a atenção de todos para a necessidade de proteção dos bens materiais”, afirma Arias.

 

O QUE SÃO?

 

Nos seguros de Riscos Nomeados, o segurado indica as coberturas que deseja contratar, sempre analisando, junto ao corretor, os riscos aos quais a sua atividade está efetivamente exposta. A cobertura básica garante riscos de incêndio, queda de raio dentro da área ou no edifício onde estiverem os bens segurados, e explosão de qualquer natureza.

 

Já o seguro de Riscos Operacionais destina-se, essencialmente, a complexos industriais de grande porte, utilizando como base as condições de coberturas all risks, praticadas pelos mercados europeu e norte-americano.

 

De acordo com Arias, as coberturas all risks se encaixam perfeitamente na contratação de seguros de grandes complexos industriais caracterizados como riscos de alta complexidade. “Nestes casos, é quase impossível definir e nomear as coberturas, pois sempre haverá a possibilidade de algum tipo de cobertura ficar fora da garantia do seguro”, explica.

 

Nesse seguro, além das mesmas coberturas oferecidas nos seguros de Riscos Nomeados, também pode ser concedida, de forma opcional, uma das seguintes coberturas: interrupção de negócios consequente de danos materiais – perda de receita bruta; ou lucros cessantes decorrentes dos danos materiais.

 

RISCOS CLIMÁTICOS

 

Para o especialista, apesar de não haver no Brasil, a incidência de grandes desastres provocados por condições climáticas, está sendo registrada maior demanda por seguros para esses riscos. Nesse cenário, os seguros mais procurados são os de Danos Materiais e Lucros Cessantes, mais apropriados para empresas que podem ter suas atividades interrompidas por eventos climáticos.

 

“Com a efetivação dos danos provocados pelas mudanças climáticas, é esperado que os custos desses seguros sejam majorados, como consequência do aumento da sinistralidade”, conclui Arias.