China abre os olhos e as portas para o mercado de seguros
Em 2006, o gigante asiático planejava ser o quarto maior segurador global em dez anos. O PIB de então do país girava em torno de US$ 2,3 trilhões. Por: Vagner Ricardo
A China de 2006, reconhecida então como a economia mais vibrante do planeta por registrar taxa de crescimento média anual de 10%, é descrita em reportagem de capa da edição nº 857 da Revista de Seguros, que se debruça sobre as perspectivas de forte expansão do embrionário mercado segurador chinês nos anos seguintes.
À época, o país asiático já havia alcançado o posto de quarta maior economia do planeta, enquanto o setor de seguros era o oitavo maior. O PIB de então girava em torno de US$ 2,3 trilhões, enquanto a arrecadação das seguradoras era de cerca de US$ 61,5 bilhões por ano, com crescimento na casa de 14%.
Apesar da média de expansão acima da economia, o governo chinês reconhecia haver um grande gap de proteção no país, refletido na relação da participação ínfima do setor em proporção ao PIB. Naquela altura, apenas 4% da população chinesa contava com algum tipo de seguro. Ou seja, 52 milhões de pessoas em um universo de 1,3 trilhão.
Em resposta a esse quadro, as autoridades chinesas, a exemplo do realizado em outras atividades econômicas, davam continuidade à abertura para as gigantes do mercado segurador global, promovendo em especial joint ventures com empresas locais.
Também foram adotadas regras para o desenvolvimento de seguros de Danos e Responsabilidades, de Pessoas, planos de resseguros e distribuição. Tudo para enterrar de vez o consenso de que a China era um gigante adormecido no mercado de seguros, como afirmavam especialistas nos anos 1990.
META AMBICIOSA
A meta do governo chinês era ambiciosa: a partir de taxas de crescimento de dois dígitos entre diferentes ramos e modalidades – os seguros voltados para infraestrutura alcançavam alta anual média de 20% e os específicos para serviços, mais fechados à concorrência global, ao menos de 10% –, autorrealizar a profecia de ultrapassar a Coreia do Sul, que ocupava o segundo posto de maior da Ásia, e daí em diante se converter no quarto maior mercado em arrecadação de prêmios por volta de 2016.
Apesar do crescente interesse das estrangeiras, o mercado chinês apresentava grandes desafios após a gradual abertura nos anos 1980. A presença ainda das grandes seguradoras estatais chinesas era uma pedra no caminho, a ponto de as multinacionais responderem por apenas 7% dos prêmios – algo desproporcional ao número de estrangeiras presentes no mercado asiático, assinalava a reportagem.
No ramo Vida, eram 22 grupos internacionais, contra 17 chineses; em Ramos Elementares, 13 do total de 33 atuantes. Outro desafio identificado era a renda dos trabalhadores chineses. Considerada baixa, exigia preços reduzidos, jogando os resultados para baixo.
A íntegra da reportagem está disponível no Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador (CEDOM) da CNseg pelo link:
https://issuu.com/confederacaocnseg/docs/t1834-ano87_abr_mai_jun_2006_n857).