CNT: pesquisa identifica gargalos da malha rodoviária e riscos na movimentação de produtos

CNT: pesquisa identifica gargalos da malha rodoviária e riscos na movimentação de produtos

Por: Vagner Ricardo

Um mapa atualizado das condições de segurança e de tráfego das rodovias brasileiras está disponível no portal da Confederação Nacional do Transporte, auxiliando a política de subscrição de riscos das seguradoras do ramo de Transportes.

 

A 26 ª edição da chamada Pesquisa CNT de Rodovias avalia 1 11.502 quilômetros da malha brasileira, identificando problemas que afetam, direta ou indiretamente, a movimentação de cargas. Na fotografia mais recente, foram identificados 2.648 pontos críticos, incluindo-se aí queda de barreira (207), ponte caída (5), erosão na pista (504), buraco grande (1.803), ponte estreita (67) e outros gargalos (62).

 

O levantamento engloba toda a malha pavimentada das rodovias federais e dos principais trechos das rodovias estaduais. Dos 111.502 quilômetros avaliados, 67,5% da malha apresenta algum tipo de problema, razão pela qual é considerada regular, ruim ou péssima; apenas 32,5% da malha é classificada de ótima ou boa.

 

Em relação ao pavimento,“56,8% da extensão da malha rodoviária tem problemas; 43,2%, condição satisfatória; 0,6%, com o pavimento totalmente destruído”, descreve o estudo.

 

A sinalização, em 63,4% da extensão da malha rodoviária, é considerada regular, ruim ou péssima; 36,6%, ótima ou boa; 8,4%, sem faixa central; e 14,1%, sem faixas laterais.

 

A chamada geometria da via (traçado) tem algum tipo de problema em 66% da extensão da malha; 34% do traçado está ótimo ou bom; as pistas simples predominam em 85,5%. Há falta acostamento em 46,9% dos trechos avaliados; em 27,1% dos trechos com curvas perigosas não há sinalização.

 

Incluindo-se os 2.648 pontos críticos, o levantamento conclui que as condições gerais das rodovias provocam um aumento dos custos operacionais do transporte de 32,7%, o que afeta a competitividade brasileira e reflete-se no preço dos produtos.

 

A pesquisa afirma que a recuperação plena das rodovias- gastos em reconstrução, restauração e manutenção¬¬- reclama investimentos de R$ 94,12 bilhões. Em 2022, o governo gastou R$ 6,70 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte. Em 2023, do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária (R$ 15,01 bilhões), foram investidos R$ 9,05 bilhões até setembro (60,3%).

 

Duas consequências são geradas por rodovias inadequadas: número elevado de acidentes ¬¬ em 2022, o prejuízo foi da ordem de R$ 13,40 bilhões- e danos ao meio ambiente¬. Segundo o estudo, em 2023, houve um acréscimo desnecessário no consumo de diesel- 1,1 bilhão de litros a mais- tendo em vista a má qualidade do pavimento da malha rodoviária no País. Esse desperdício custará R$ 7,49 bilhões aos transportadores. O levantamento da CNT avalia as rodovias por regiões e estados.

 

Saiba mais em https://pesquisarodovias.cnt.org.br