DAS PRIORIDADES ANUNCIADAS PELA SUSEP PARA O FOMENTO DO MERCADO DE SEGUROS ÀS OPORTUNIDADES CRIADAS PELO AVANÇO DA ECONOMIA DIGITAL

DAS PRIORIDADES ANUNCIADAS PELA SUSEP PARA O FOMENTO DO MERCADO DE SEGUROS ÀS OPORTUNIDADES CRIADAS PELO AVANÇO DA ECONOMIA DIGITAL

Uma política de fomento do setor de seguros é a proposta mais importante que o novo titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alexandre Camillo, planeja na sua gestão à frente da autarquia.

Por: Marcio Serôa de Araujo Coriolano

Uma política de fomento do setor de seguros é a proposta mais importante que o novo titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alexandre Camillo, planeja na sua gestão à frente da autarquia. Economista, corretor de seguros e com mais de 40 anos de atuação no setor, Alexandre Camillo, em entrevista exclusiva à Revista de Seguros, elenca ações que devem preceder e acompanhar sua política de fomento, como a segurança cibernética e a responsabilidade socioambiental.

 

Acrescente-se à intenção a continuidade da modernização do marco regulatório, inclusive o open insurance, o sandbox regulatório, as insurtechs, além da sustentabilidade do mercado segurador. O desafio de ampliar a taxa de penetração do seguro no País permeia seus planos, tendo como corolário a prioridade do setor de seguros nas políticas públicas do Governo. O superintendente mostra realismo ao apontar que, se o crescimento nominal tem pautado o mercado de seguros na crise epidemiológica recente, a evolução real não é expressiva, e essa análise abre oportunidade para a anunciada prioridade ao microsseguro.

 

Além da entrevista de Alexandre Camillo, outros destaques desta edição são reportagens que tratam do avanço da economia digital e seus efeitos nos negócios e no comportamento dos consumidores. O setor automotivo, por exemplo, apropriando-se da popularização das plataformas de streaming, incorpora a seu modelo de negócio a assinatura de carros, antes restrita às locadoras. Os contratos de locação geram ganhos adicionais a montadoras e criam novas oportunidades para outros setores, incluindo-se aí os seguros.

 

Já as imobiliárias virtuais estão entre os fatores que começam a ampliar a demanda do Seguro de Fiança e dos Títulos de Capitalização, ao lado de mudanças nas normas que favorecem o avanço da penetração no mercado de ambos os produtos. Já o cenário de incertezas gerado pela pandemia abre novas portas para o uso do neuromarketing no setor de seguros. Seus recursos podem ajudar a desenvolver novos modelos de negócios, baseados nos “quatro pês”: produto, preço, propaganda e praça, esta última entendida como canais de venda. Nesta edição, falamos também da fase de maturidade e inovação dos negócios sociais.

 

Uma “bolsa de valores” que negocia apenas ações de empresas de favelas, uma fintech dedicada à inclusão bancária de negros ou à capacitação tecnológica de egressos do sistema prisional, ifood de comunidades e logística são exemplos da criatividade e abrangência dos negócios sociais, que também representam novas oportunidades para diferentes ramos e modalidades de seguros. Ainda há uma ampla reportagem com as lideranças nacionais e regionais do setor segurador que fazem um balanço de 2021 e apontam as perspectivas para 2022.

 

A expansão em cenário caracterizado por um ambiente econômico ainda incerto exige que a governança e a gestão de riscos sejam prioridades estratégicas das empresas, concordam os líderes. Por fim, tratamos da adesão crescente aos preceitos ASG (ambientais, sociais e de governança) pelas empresas brasileiras, que, longe de representar um risco, poderá resultar em diferencial competitivo e geração de negócios.

 

O potencial de investimento verde no Brasil é estimado hoje em US$ 1,3 trilhão, considerando apenas os setores de energia, transporte, edificações, gestão de resíduos e eficiência energética industrial. Segundo estudos da Brazil Green Finance Programme, o volume de captação global de recursos no País pode chegar a R$ 3,6 trilhões até 2040. Ao mesmo tempo, as questões ASG podem afunilar os recursos necessários aos negócios que coloquem em risco o meio ambiente.