Desafios e soluções para um futuro sustentável incluem presença ativa do mercado segurador

Desafios e soluções para um futuro sustentável incluem presença ativa do mercado segurador

Por: Dyogo Oliveira

A série de reportagens sobre causas e efeitos das mudanças climáticas promove uma imersão em um tema vital para o futuro de todos. Nesta edição, a matéria de capa debate a transição energética, porque, sem seu avanço, os demais passos não terão a efetividade exigida para limitar o aumento do aquecimento da temperatura em 1,5 grau até 2050. Motivo? A queima de combustíveis fósseis é apontada como uma das principais responsáveis pelo aquecimento do planeta, dadas as emissões de gases de efeito estufa.

 

O Brasil ocupa um lugar privilegiado na transição por ter uma matriz energética mais limpa e renovável, mas seus desafios não são menores que os do restante do mundo — em síntese, porque a transição energética é apenas uma fase, ainda que fundamental, de um processo mais amplo de descarbonização.

 

O fato é que se desmantelou a ilusão de que os eventos climáticos devastadores não ocorreriam no Brasil. As recentes inundações no Rio Grande do Sul, que impactaram vidas e patrimônios, somam-se às ondas de calor por todo o País e à seca histórica da Amazônia, indicando, ao que parece, um novo padrão de severidade dos desastres naturais. Não por acaso, uma das matérias detalha a dimensão da tragédia do Sul e trata do papel das seguradoras na recuperação do Estado, ao agilizar o pagamento das indenizações causadas pelas enchentes recordes de maio. Uma demonstração do protagonismo do setor na mitigação de perdas e retomada de atividades.

 

Aliás, em entrevista exclusiva à Revista de Seguros, o cientista Carlos Nobre, referência mundial em estudos sobre mudanças climáticas, adverte que a temperatura já superou ligeiramente o teto de 1,5 grau de alta nos últimos meses, motivando os novos padrão e frequência dos desastres naturais em todo o mundo. Como consequência, todas as medidas para evitar que a temperatura ultrapasse o teto de 1,5 grau tornam-se emergenciais e, ainda assim, não há garantias de que biomas como o da Amazônia e o do Cerrado não terão perdas definitivas nas próximas décadas, afetando a qualidade de vida nas cidades, a flora e a fauna do País.

 

Virando a página, confira ainda os próximos passos para materializar as ações do Relatório Final do Grupo de Trabalho “Seguros, Novo PAC e Neoindustrialização” da Susep, publicado em abril, e os ramos e modalidades de seguros que serão mais demandados para garantir a entrega de obras diversas para modernizar a infraestrutura brasileira.

 

O fenômeno da longevidade e suas repercussões econômicas e sociais são temas também debatidos nesta edição, tendo em vista seus extraordinários impactos nas despesas públicas, sobretudo em custeio de saúde e Previdência Social, além de exigir gestão ajustada das seguradoras para suportar custos maiores.

 

Esta edição trata ainda de um risco silencioso presente em todos os lares: os acidentes causados por choques elétricos. Dados ratificam que o descuido com a fiação elétrica pode causar incêndios e mortes — essa evolução já é captada pelas apólices que envolvem proteção por danos elétricos. A Região Nordeste lidera os casos de mortes, enquanto no Sul prevalecem os incêndios causados pelos curtos-circuitos.

 

Boa leitura!