O PAPEL DOS SEGUROS EM AMBIENTE VOLÁTIL, INCERTO E COMPLEXO

O PAPEL DOS SEGUROS EM AMBIENTE VOLÁTIL, INCERTO E COMPLEXO

Em meio a incertezas de toda a ordem, há consenso de que o mercado de seguros terá um protagonismo ainda maior em cercar de proteção uma sociedade que se defrontará com riscos adicionais causados pelas mudanças climáticas e pelo avanço dos crimes cibernéticos

Por: Marcio Serôa de Araujo Coriolano

Uma edição de conteúdo ainda mais denso chega aos leitores da Revista de Seguros. Além da reportagem de capa, que registra os primeiros passos do País em direção ao uso de hidrogênio verde, que é uma possível resposta ao desafio de gerar energia limpa e conter o aquecimento, há em anexo um encarte especial sobre a Conseguro 2021, evento da CNseg, o maior do mercado segurador brasileiro, realizado de 27 de setembro a 1º de outubro.

 

São 82 páginas que sintetizam uma conferência – a primeira totalmente virtual – que entra para a história do nosso mercado não só pelos números recordes de audiência (6 mil participantes) como também pelos mais de 130 painelistas e debatedores que se revezaram em debates e reflexões sobre cinco blocos de temas da atualidade e do futuro: economia, infraestrutura, questões ASG, consumidores e regulação governamental, em 40 horas de programação.

 

Em meio a incertezas de toda a ordem, há consenso de que o mercado de seguros terá um protagonismo ainda maior em cercar de proteção uma sociedade que se defrontará com riscos adicionais causados pelas mudanças climáticas e pelo avanço dos crimes cibernéticos, enquanto se recupera dos danos da pandemia da Covid-19. A entrevistada desta edição é o melhor exemplo de um novo País que progride para enfrentar desigualdades e resistir em transparência.

 

Egressa das cotas raciais de faculdades públicas, a economista Vilma da Conceição Pinto, 31 anos, acaba de assumir a direção da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI). Vilma graduou- -se em Economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e é mestre em Economia Empresarial e Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na entrevista, ela fala não só da experiência de superar barreiras por ser mulher e negra, mas também das escolhas difíceis do atual Governo, com impactos econômico e fiscal relevantes. O respeito às regras do teto dos gastos faz parte da solução menos dolorosa para recolocar em equilíbrio as contas públicas, afirma ela.

 

O Brasil terá de dar conta do desmatamento ilegal da Amazônia, conforme anunciado na 26ª Conferência Climática da ONU (COP 26), em Glasgow, na Escócia. Na maior floresta tropical do mundo, persiste um avanço do desmatamento desde 2019 – mais de 10 mil quilômetros quadrados de mata por ano. O Brasil promete respostas concretas no esforço de manter seu protagonismo ambiental, reconhece que o desmatamento é seu maior desafio, prometendo combatê-lo, e vê na sua matriz energética um diferencial competitivo.

 

Outra matéria trata das feridas do setor de turismo, um dos mais afetados com as restrições à mobilidade em razão da pandemia. Pelas contas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor amargou perdas da ordem de R$ 341 bilhões no período. A indústria brasileira começa uma lenta reação. Em termos agregados globais, as perdas podem custar US$ 4 trilhões ao PIB mundial, com o corte de um bilhão de viagens internacionais entre 2020 e os primeiros meses de 2021, reporta a Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Na pauta, ainda, as consequências de uma persistente alta da inflação e os problemas endereçados pela crise hídrica. Mas, as matérias desta edição não se limitam a apresentar os problemas, como também, e principalmente, a revelar ações em curso, apresentar múltiplas visões para o equacionamento dos desafios e ensejar propostas que interessem a todos os brasileiros.