O rito de passagem da Indústria 4.0 e novos riscos à espreita das seguradoras com a automação
Nossa matéria de capa explora a evolução da Indústria 4.0, destacando o papel de liderança das montadoras e do agronegócio nesse processo, além de rever os principais desafios da inovação. Com investimentos de R$ 330 bilhões previstos até 2026 em automação, impulsionados por repasses governamentais, especialistas ressaltam que essa transformação é essencial para aumentar a competitividade do parque industrial, afastando o risco da desindustrialização precoce.
No entanto, o ritmo ainda lento de adoção tecnológica exige maior aceleração para que os resultados possam ser concretizados. Além disso, a automação industrial impacta diretamente a política de subscrição de riscos no mercado de seguros, criando novas oportunidades e desafios, como a crescente ameaça de ataques cibernéticos aos sistemas das fábricas.
Em nossa entrevista desta edição, a senadora Tereza Cristina discute sua proposta de criação de um fundo de catástrofe rural, atualmente em tramitação no Senado. A senadora acredita que o PL 2951/2024, fruto de consensos entre as partes interessadas, tem maiores chances de aprovação do que tentativas anteriores. Segundo ela, um fundo de cobertura suplementar diluiria os riscos agropecuários entre agentes públicos e privados, garantindo maior estabilidade de preços em momentos de alta sinistralidade e viabilizando uma maior oferta de seguros e proteção para culturas diversas.
Outra reportagem coloca no radar o avanço das apostas esportivas online e seus impactos econômicos e sociais. Com a regulamentação das apostas online, que entra em vigor em janeiro de 2025, o país terá pelo menos 108 casas de apostas regulamentadas, aptas a operar 220 sites. O impacto econômico é inegável, movimentando mais de R$ 100 bilhões por ano. No entanto, o aumento do vício entre jovens e o redirecionamento da renda familiar de itens essenciais para apostas preocupa diversos setores.
É fogo…
Aliás, em tempos de Brasil em chamas, como garantir a cobertura de incêndio em cidades onde não existem unidades do Corpo de Bombeiros? Essa realidade afeta grande parte dos municípios brasileiros, especialmente quando se trata de seguros para grandes riscos industriais e comerciais. A solução alternativa tem sido a instalação de brigadas de incêndio e a adoção de rigorosos sistemas de segurança nas empresas seguradas. No entanto, a falta de bombeiros treinados aumenta o risco e os custos para seguradoras e segurados.
Novos desafios climáticos também estão no radar das seguradoras. A “turbulência de céu claro”, que se manifesta sem aviso, é uma das maiores preocupações da aviação comercial. A intensificação desses eventos, atribuída às mudanças climáticas, tem causado perdas significativas e pode, no futuro, impactar diretamente os custos operacionais de seguradoras e resseguradoras.
Em terra, outro problema na conta das mudanças climáticas: em virtude dos cortes de energia que marcaram o último verão e agora diante do risco de escassez hídrica, o seguro contra danos elétricos volta ao centro das atenções. Em um país líder mundial em quedas de raios, com cerca de 70 milhões de ocorrências anuais, proteger equipamentos essenciais como geladeiras, computadores e TVs tornou-se uma necessidade. Essa cobertura, presente no Seguro Residencial, é indispensável para garantir a proteção em momentos de instabilidade no fornecimento de energia.
Boa leitura.