O roubo da taça Jules Rimet: capítulo sombrio DA história do futebol BRASILEIRO
O troféu esculpido em 1928 e roubado em 19 de dezembro de 1983 na sede da CBF, no Centro do Rio, estava segurado por 18 milhões de cruzeiros.
Criada em 1928 e esculpida pelo francês Abel Lafleur, a taça Jules Rimet foi encomendada por Jules Rimet, terceiro presidente da Fifa e, em 1946, recebeu esse nome em homenagem a seu idealizador. Destinada a premiar o campeão da Copa do Mundo de Futebol, a taça foi entregue pela primeira vez no torneio realizado no Uruguai, em 1930.
A cada quatro anos, a taça passava para o país vencedor, mas o primeiro a conquistar três títulos da Copa ficaria com o troféu permanentemente. Após as vitórias do Brasil em 1958 (Suécia) e 1962 (Chile), a seleção de 1970 — com craques como Pelé, Carlos Alberto Torres e Jairzinho — conquistou o título no México e trouxe a taça para o Brasil.
Em 19 de dezembro de 1983, o troféu foi roubado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Rua da Alfândega, no Rio de Janeiro. Embora houvesse uma réplica do troféu, que custou 2 milhões de cruzeiros, o original estava exposto no dia do ocorrido. Giulite Coutinho, dirigente da CBF, declarou em entrevista ao Jornal do Brasil que, apesar de haver um vidro de proteção blindado, a vitrine apresentava uma fragilidade: estava apoiada em uma moldura de madeira.
Segundo matéria publicada no Jornal do Brasil depois do ocorrido, a taça Jules Rimet, segurada por 18 milhões de cruzeiros na Banerj-Seguros, teve uma recompensa de 5 milhões de cruzeiros oferecida àqueles que fornecessem pistas que levassem à sua recuperação.
Aquela não foi a primeira vez que a taça Jules Rimet foi roubada. Em 1966, durante o Mundial realizado na Inglaterra, o troféu desapareceu do primeiro andar do Westminster Central Hall, onde estava exposto. No entanto, ao contrário do caso brasileiro, o troféu foi encontrado por um cachorro que, ao revirar a terra de um jardim, localizou a peça enterrada.
O roubo da Jules Rimet não apenas representou um episódio sombrio da história do futebol, mas também destacou a importância do mercado segurador na proteção de bens de valor inestimável. Esse incidente funcionou como um alerta para organizações e instituições sobre a necessidade de um seguro eficaz, capaz de resguardar ativos valiosos e assegurar a preservação do patrimônio cultural e esportivo. Assim, o caso da taça exemplifica como o mercado segurador desempenha um papel essencial na mitigação de riscos e na proteção do legado esportivo.