Os múltiplos papéis do setor segurador contra as mudanças climáticas
Eventos climáticos extremos, como o ocorrido no Rio Grande do Sul, expõem a lacuna de proteção dos seguros contra perdas econômicas no País e no mundo. Por: Vagner Ricardo
O setor segurador é um pilar indispensável na agenda climática global, não só por desempenhar um papel central na gestão de riscos, mas também por impulsionar a transição rumo a uma economia sustentável. Em síntese, a responsabilidade do setor na mitigação dos impactos das mudanças climáticas é inegável, urgente e cada vez mais reconhecida.
A mensagem partiu do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, durante reunião, ocorrida em julho, em Belém/PA, de um grupo de trabalho do G20 para Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
Na ocasião, Oliveira observou que os eventos climáticos extremos, como as chuvas no Rio Grande do Sul (entre abril e maio), evidenciam a necessidade urgente de ação. Até porque, acrescentou, há uma grande lacuna de proteção, tanto globalmente quanto no Brasil, onde a maioria das perdas econômicas devido a desastres naturais não é coberta por seguros.
Segundo ele, o impacto dos desastres naturais na economia global foi de US$ 380 bilhões, em 2023, mas apenas 30% (aproximadamente US$ 118 bilhões) desse total tinha cobertura de seguros.
A CNseg tem se empenhado em ampliar sua participação em fóruns focados na emergência climática e propor iniciativas como o Seguro Social contra Catástrofe e parcerias com organizações internacionais para melhorar a avaliação de riscos climáticos. Dyogo Oliveira também defendeu a criação de produtos de seguros voltados para a infraestrutura e o setor agrícola, fundamentais para o crescimento econômico do Brasil, destacando que seguros e clima estão cada vez mais interligados.
Protagonismo do seguro nas obras do PAC
Ao prestigiar o encontro “Seguros, Concessões e Obras Públicas: Desafios Regulatórios”, promovido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Ministério dos Transportes, em 28 de agosto, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, assinalou que o setor segurador tem capacidade técnica e financeira para garantir os novos projetos listados no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ele afirmou que o Brasil é um dos poucos países com mercados de seguros e de resseguros robustos, capazes de dar proteção aos vultosos investimentos planejados pelo Governo em parceria com a iniciativa privada. O encontro contou também com a participação do superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, e do secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.