Painéis debatem presente e futuro no Congresso dos Corretores
O evento reuniu mais de três mil profissionais, especialistas de múltiplas áreas, parlamentares e autoridades do Governo, como o ministro Fernando Haddad, da Fazenda. Por: Vagner Ricardo
Uma imersão em temas-chave da atividade reuniu profissionais de todo o País no 23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, para discutir tópicos como conjuntura, perspectivas de ramos e modalidades, ajustes do marco regulatório e tendências tecnológicas em 56 painéis.
Promovido pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), de 10 a 12 de outubro, no Rio de Janeiro, o evento contou com a participação de mais de três mil corretores, especialistas de múltiplas áreas, parlamentares e autoridades do Governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Também estiveram presentes os presidentes da CNseg e de seu Conselho Diretor, Dyogo Oliveira e Roberto Santos, respectivamente, além de diretores da Confederação.
Dyogo Oliveira avaliou a conjuntura econômica, assinalando que a CNseg, entre as instituições participantes da pesquisa Focus do Banco Central, figura entre as que fazem uma projeção mais próxima do crescimento efetivo alcançado pelo PIB nos quatro últimos anos. “Analistas e comentaristas econômicos esperam uma coisa muito ruim no começo de cada ano e acabam recebendo sempre uma coisa muito melhor em termos de atividade econômica”, declarou ele.
No começo deste ano, exemplificou, a taxa de crescimento esperada era de 1,5%, e agora a previsão é de que supere 3%. No ano passado, a expectativa era de 0,8%, mas o PIB alcançou 2,9%. Em 2022, a expectativa era de 0,3% e fechou em 3%. Em 2021, a expectativa era de 3,4%, e o PIB subiu 4,8%.
“A economia brasileira hoje tem fundamentos muito fortes, contrariando essa visão equivocada presente nos relatórios de projeção do PIB da pesquisa Focus de começo de ano. Nossa economia tem uma política monetária autônoma, câmbio flutuante, política de juros de mercado, sistema financeiro sólido, capitalizado e inovador, a exemplo do que ocorre nos mercados de seguros e de capitais. Enfim, tudo isso é fruto de um trabalho de 30 anos que o País tem construído, colaborando para consolidar as instituições de política econômica”, afirmou.
Para o presidente da CNseg, a economia brasileira deveria estar voando, não fossem as tensões perenes entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nas últimas décadas, que resultam em insegurança jurídica e travam os investimentos.
Participante de outro painel, Roberto Santos destacou o ganho de eficiência operacional das seguradoras, o que favorece a expansão do consumo. Essa eficiência tem relação direta com investimentos em digitalização e outros recursos tecnológicos. Em 11 anos, a eficiência operacional das seguradoras — calculada pela divisão entre despesas administrativas e arrecadação menos o prêmio ganho — registra avanço consistente, principalmente nos últimos três anos.
As despesas administrativas, que representaram 15,2% da arrecadação em 2012, recuaram para o menor patamar no ano passado: 11,9%. Mas já existem seguradoras com custos abaixo de 10% (incluindo despesas administrativas e operacionais). “Esse número vai continuar caindo bastante, ajudando as companhias a reduzir os prêmios e a incentivar mais adesões aos seguros”, assinalou ele.