Semana Enef: foco na saúde financeira de futuros consumidores

Semana Enef: foco na saúde financeira de futuros consumidores

Pesquisas recentes da Serasa Experidian mostram que a inadimplência impacta a vida social de 83% das pessoas endividadas, que correm risco ainda de ter a saúde mental piorada.

Por: Vagner Ricardo:

A célebre frase de Pitágoras (“Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”) parece inspirar a próxima edição da Semana Nacional de Educação Financeira (Semana Enef, de 12 a 18 de maio) no contexto das finanças pessoais. Afinal, o tema central do evento de 2025 é “Educação Financeira para Crianças e Jovens: preparando a sociedade para escolhas conscientes”.

 

Promovido pelo Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), o evento objetiva sensibilizar esse público sobre a importância de hábitos financeiros saudáveis. As diversas entidades participantes terão a oportunidade de jogar luzes sobre ações públicas e privadas de educação financeira, securitária, previdenciária e fiscal.

 

A edição 2025 ocorre em um contexto de grandes desafios nas áreas de educação financeira e securitária. No campo das finanças, parcelas significativas da população permanecem com as contas no vermelho; no plano dos seguros, o consumo per capita ainda é baixo perante o tamanho da economia brasileira — a sétima maior do mundo. Mesmo o produto mais consolidado no mercado, o seguro de Automóvel, só alcança 30% da frota. O gap de proteção é extraordinário em todos os ramos e modalidades.

 

Além de desprotegidas e endividadas, as pessoas que estão com as finanças no vermelho correm ainda riscos de piorar a saúde mental, segundo pesquisas. Especialistas dizem que a falta de dinheiro causada por dívidas eleva o risco de ansiedade e depressão, afeta o sistema imunológico, torna o corpo mais vulnerável a infecções e aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Tudo em consequência do estresse crônico gerado pelos problemas financeiros.

 

Uma das mais recentes pesquisas da Serasa Experidian, envolvendo mais de cinco mil pessoas endividadas, revela que 83% convivem com insônia em virtude de dívidas e 74% afirmam ter dificuldade de concentração para realizar tarefas diárias. Desse universo, 83% reconhecem que as dívidas impactam a vida social. Pensamentos negativos, impactos no relacionamento conjugal e tristeza profunda são outras consequências do endividamento.

 

O nível de endividamento das famílias permanece em patamares elevados no País, mas dá sinais de alento em período de retomada econômica e de taxa de desemprego baixa. Dados recentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, indicam que a inadimplência recuou pelo terceiro mês consecutivo em fevereiro, atingindo 28,6% das famílias. O percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso também permanece com tendência de queda: 12,3%.